Quem se lembra daquela boneca MOMO que em 2018 começou a disseminar mensagens de terror e com conteúdos suicidas entre as crianças? Pois é agora um outro perfil surgiu nas redes sociais com o mesmo tipo de conteúdo da boneca MOMO. Trata-se de um perfil chamado JONATHAN GALINDO, que apresenta como foto de perfil uma pessoa vestida com uma máscara do Pateta personagem de animação dos Estúdios de Walt Disney, porém um pouco deformada e assustadora. Esse perfil teve origem em 2017 no México e agora dezenas de perfis apareceram no Brasil imitando o perfil original disseminando conteúdo assustador para as crianças. Basta digitar o nome Jonathan Galindo (com TH) no Facebook por exemplo para ter acesso a dezenas de perfis.
A criança que segue ou se torna amiga desse perfil é incentivada a enviar uma mensagem privada para ele. A partir daí várias mensagens com conteúdo assustador é enviado às crianças para incitá-las a cometer atos de violência, como o suicídio e esse conteúdo é enviado em forma de texto, áudio e até mesmo por videoconferência. Eu conversei com Ivan Castilho, agente da Polícia Civil do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, e ele me disse que muitos perfis estão em espanhol mas que agora começam a surgir perfis em português também. Segundo Ivan os perfis possuem poucas publicações públicas e que ele está presente também no Tik Tok, aplicativo chinês para criar e compartilhar vídeos curtos, onde é mais ativo.
No Tik Tok é possível a troca de msgs privadas mas em abril deste ano a rede social chinesa decidiu restringir o envio de mensagens privadas a menores de 16 anos e disponibilizar um modo de segurança familiar onde os pais podem controlar o tipo de conteúdo que recebem e o tempo que as crianças passam no aplicativo. A idade mínima para ingressar na rede social, como a maioria dos serviços é 13 anos, mas pode-se facilmente burlar a data de nascimento, o que a maioria das crianças acaba fazendo sem o monitoramento dos pais.
Portanto, reforço aqui as minhas recomendações de que pais devem ficar alertas às redes sociais das crianças, monitorar suas conexões e, em certos casos, até mesmo os diálogos mantidos de forma privada, em especial pelos mais novos e ter atenção especial aos aplicativos baixados e utilizados pela criança. Ivan Castilho orienta que quem for vítima destes perfis deve registrar um Boletim de Ocorrência, acionar o Disque Denúncia 181 e também efetuar a denúncia do próprio perfil seja ele no Facebook, Tik Tok ou qualquer outra rede social.